Todo ser humano está sujeito a cometer falhas e erros durante a execução de suas tarefas cotidianas. Isso é normal (apesar de não poder ser normalizado) e inerente à condição humana. Porém, em algumas profissões, os erros podem ser graves e gerar prejuízos significativos.
A área médica, por exemplo, é uma em que as falhas podem ser fatais. Afinal, os profissionais lidam com questões concernentes à vida dos pacientes, podendo causar danos severos a eles. Por isso, as responsabilidades desses profissionais são dobradas, bem como os erros são punidos com maior rigor.
Em vista disso, torna-se imprescindível que você, médico, saiba como prevenir essas situações e evitar problemas a longo prazo. Leia nosso artigo e saiba mais sobre o assunto agora mesmo!
Erros médicos são caracterizados como todas as intercorrências e falhas que estejam presentes na área de prestação de serviços de saúde realizados por médicos hospitalares. E isso engloba uma série de situações que perpassam a aplicação de medicamentos de forma inadequada por parte da equipe de enfermagem, situações como falhas técnicas em procedimentos cirúrgicos ou falhas de diagnósticos, entre outras.
Normalmente são questões sistêmicas e que envolvem não apenas uma pessoa, mas um corpo de profissionais — dificilmente um médico comete uma falha sozinho, principalmente devido à característica intrínseca da profissão de depender de múltiplos profissionais ao seu redor, como enfermeiros, auxiliares, fisioterapeutas, farmacêuticos, médicos especialistas, entre outros.
Quer ver um exemplo? Um paciente que vai passar por uma cirurgia no braço esquerdo e ocorre a falha de troca de lado (o braço direito que é operado). Na verdade, ele passou por essa situação por falhas de sucessivos participantes:
· recepcionista, que realizou a coleta de dados durante o processo de recepção do paciente, efetuando a documentação de entrada;
· atendente responsável pela autorização do plano de saúde;
· colaboradores responsáveis pela preparação do centro cirúrgico;
· auxiliares responsáveis pela separação da instrumentação;
· corpo cirúrgico responsável pela execução da cirurgia (anestesiologista, cirurgião, demais médicos, enfermeiros e auxiliares presentes);
· o próprio paciente, enquanto ainda está consciente.
Um erro médico dessa natureza envolve pelo menos mais de uma pessoa no processo, o que representa uma falha gravíssima. Assim sendo, é essencial buscar formas de mitigar os riscos de uma situação dessas ocorrer.
Isso é necessário, principalmente, porque as implicações dos erros médicos se refletem não só na vida dos pacientes, mas também geram sanções cíveis (como danos morais), administrativas e, em alguns casos, criminais.
Algumas situações podem potencializar ou favorecer as chances de surgir um erro médico. Entre elas, podemos destacar:
· arrogância do médico responsável pelo paciente;
· falha de comunicação entre os profissionais envolvidos;
· falta de verificação de informações;
· falta de confirmação com o paciente sobre procedimentos a serem realizados;
· registros falhos;
· rotinas exaustivas de trabalho e cansaço excessivo;
· falta de protocolos de qualidade no ambiente hospitalar;
· falta de atendimento humanizado;
· falta de suporte do hospital para com os profissionais envolvidos nos processos internos.
Uma opção importante e interessante para os profissionais da área da saúde — os quais estão constantemente expostos a erros que, muitas vezes, não são inteiramente culpa deles — é a contratação do seguro de responsabilidade civil.
Essa é uma forma de garantir-se financeiramente diante de problemas que tenham escapado do seu controle. Lembre-se de que, mesmo com todo zelo e dedicação profissionais, todo ser humano é passível de erros. Então, torna-se relevante se resguardar em caso de um acidente.
Apesar de o erro não ser plenamente possível de ser evitado, já que essa é uma característica própria da natureza humana, é imprescindível tomar atitudes preventivas que auxiliarão os profissionais a minimizar as chances de falhas. A seguir, confira as principais delas.
A falta de comunicação entre as equipes plantonistas é uma das principais causas de erros médicos. Isso porque há questões de pacientes que estão internados que precisam ser acompanhadas por todos os médicos que têm contato com eles.
Mesmo que os prontuários estejam atualizados, essa conversa é fundamental para evitar qualquer tipo de falha que possa incorrer, até mesmo, em ferimentos e mortes de pacientes internados. Caso não seja possível, checklists podem ser de grande importância nesse processo. Toda equipe deve conferir os prontuários e verificar as informações antes de terminar o plantão.
Outra falha médica perigosa diz respeito à geração de infecções hospitalares derivadas de problemas com higienização, desde procedimentos básicos realizados pelos médicos até a higienização dos espaços dos hospitais.
Nesse sentido, é crucial manter os protocolos de limpeza, pois as complicações geradas por uma contaminação hospitalar podem ser severas, incluindo, até mesmo, falecimento do paciente.
Muitas das falhas ocorrem por falta de verificação de informações. Principalmente no setor público, onde há uma quantidade considerável de pacientes a serem atendidos em situações de urgência e emergência, em prol de uma maior agilidade, muitos profissionais se sentem, até mesmo, coagidos a não verificar as informações antes de procedimentos. Essa é uma falha grave.
Por isso, sempre que possível, confirme as informações necessárias para evitar erros médicos. Por exemplo, se você acabou de chegar no plantão, confirme os dados dos prontuários. O médico anterior pode ter se equivocado quanto ao nome de um medicamento que, quando aplicado em determinado paciente, pode causar problemas graves.
Precaução nunca é demais. Por isso, não tenha medo: confirme, pergunte, verifique. É melhor do que colocar a sua carreira e a vida do paciente em risco.
Visando ter melhores remunerações, alguns profissionais tendem a trabalhar em hospitais diferentes ou realizar múltiplos plantões, realizando jornadas exaustivas. Além de prejudicial para sua saúde, esse tipo de comportamento potencializa as chances de, por cansaço e desatenção, você cometer alguma falha que possa comprometer a saúde do paciente.
O erro médico é um problema real, passível de acontecer com qualquer profissional da área de saúde. O importante é ter consciência desse processo e saber como minimizar as chances de uma ocorrência dessa natureza.
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