O cálculo de gotejamento da medicação é um dos pontos fundamentais para garantir a correta…
A padronização nos sistemas de saúde é fundamental para que os diversos profissionais consigam se comunicar entre si de forma clara e eficiente e para que o atendimento ao paciente seja feito de maneira humanizada e tranquila, garantindo o melhor tipo de assistência em caso de problemas.
Uma das opções de padronização encontrada e aplicada internacionalmente é a CID. Nesse sentido, é de extrema importância que essa classificação seja realizada correta e eficazmente durante o processo de diagnóstico de problemas, evitando erros médicos. Continue lendo, saiba mais sobre o assunto e tire suas dúvidas sobre o tema.
CID é a sigla para Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. É uma forma de padronizar as informações sobre doenças diversas, sejam elas físicas, sejam mentais. Também aborda os principais problemas de saúde existentes, mesmo que não sejam doenças mesmo.
Imagine como seria trabalhar em um restaurante sem um fogão? É exatamente como é o exercício da medicina sem a CID. Sem ela, torna-se praticamente impossível os médicos conseguirem trabalhar adequadamente.
Vale mencionar que ela foi criada em 1990, na 43ª Assembleia de Saúde Mental, sendo adotada por diversos países que compõem a OMS, incluindo o Brasil. Ela passa por revisões constantes, a fim de incluir novas doenças que podem ser diagnosticadas, de retirar transtornos que, no entendimento de especialistas, não compõem mais problemas, de adicionar tratamentos, entre outros. Atualmente, estamos na CID 10, e a 11ª edição está sendo elaborada para ser publicada em breve.
Como falamos acima, um dos principais méritos da adoção da CID é a padronização na classificação de doenças, de forma que os profissionais das mais diferentes áreas da saúde, de diversos países, consigam encontrar as mesmas informações e se comunicar entre si.
Por exemplo, uma pessoa que esteja com câncer de mama e tenha condições para arcar com um tratamento fora do país poderá ser encaminhada com a documentação constando CID 10-C50 — neoplasia maligna da mama. Caso esteja em um dos países que adota a CID 10, o médico saberá imediatamente qual é o problema e quais os protocolos a serem seguidos para o tratamento.
O mesmo ocorre em áreas interdisciplinares. Por exemplo, se um psiquiatra precisa encaminhar um paciente para terapia com psicólogo, ele não precisa especificar qual é o transtorno em si, basta informar o código. O psicólogo, neste caso, ao verificar a indicação, saberá o diagnóstico realizado pelo colega e como proceder.
Outro ponto importante é a facilidade na troca de informações entre os institutos de pesquisa internacionais sobre determinado tipo de doença. Quando, por exemplo, diversos locais estão pesquisando sobre uma pandemia (como o HIV), os dados estatísticos podem ser coletados e reunidos por meio da CID comum (CID 10-B24).
Os sistemas de saúde encaminham os dados anônimos dos pacientes identificados com esse código CID para os locais de pesquisa e, assim, consegue-se uma maior agilidade na realização das pesquisas sobre a doença. Como resultado, há criações e modificações de protocolos que sejam mais eficientes, de forma que os governos possam agir de maneira mais ágil no controle e na prevenção da doença. Isso ajuda a diminuir contaminações futuras, identificar se há queda na eficácia de determinados medicamentos, entre outros.
No Brasil, a adoção da CID contribui para:
– elaboração dos dados estatísticos nacionais sobre doenças, transtornos, enfermidades e procedimentos;
-comunicação facilitada entre hospitais e instituições de saúde com a Previdência Privada, bem como também possibilita uma maior eficácia entre unidades do SUS;
-especificações em documentos oficiais, como elaboração de atestados médicos;
-dados e informações importantes para pesquisa são repassados para os órgãos responsáveis, principalmente quando se trata da comunicação entre SUS e Fiocruz.
Em primeiro lugar, a CID 10 está disponível no site do DataSUS, oferecendo fácil acesso para os profissionais de saúde que desejam consultá-la.
A tabela da CID é estruturada em 4 níveis, 22 capítulos, 275 grupos, 2.045 categorias e 12.451 subcategorias. Sendo assim, sua divisão funciona da seguinte forma:
-Capítulo II — neoplasias (tumores) — C00 — D48;
-C51 — C58 — neoplasias malignas dos órgãos genitais femininos;
-C53 — neoplasia maligna do colo do útero;
-C53.0 — neoplasia maligna do endocérvix;
-C53.1 — neoplasia maligna do exocérvix;
-C53.8 — neoplasia maligna do colo do útero com lesão invasiva;
-C53.9 — neoplasia maligna do colo do útero, não especificado.
Com isso, pode-se perceber que o sistema é bastante completo e intuitivo, de forma que os profissionais da área médica conseguem navegar pela pesquisa de maneira tranquila e eficiente. Alguns sistemas e softwares também contêm a CID 10 já embutida, com isso não é necessário o profissional acessar a lista disponibilizada no DataSUS.
Por serem mais usuais, alguns códigos e classificações já estão presentes na memória dos médicos. Por exemplo, os oncologistas já estão acostumados com o uso das especificações do Capítulo II, que se trata das neoplasias.
Algumas das principais classificações e códigos utilizados no dia a dia, principalmente para os médicos do trabalho, são:
-A00 — B99 — algumas doenças infecciosas ou parasitárias;
-C00 — D48 — neoplasias (tumores);
-F00 — F99 — transtornos mentais e comportamentais;
-J00 — J99 — doenças do aparelho respiratório;
-K00 — K93 — doenças do aparelho digestório;
-O00 — O99 — problemas e situações decorrentes de gravidez, parto e puerpério.
Por ser um sistema utilizado internacionalmente pelas mais diversas instâncias médicas, é de extrema importância para todos os profissionais da área da saúde, incluindo médicos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, entre outros.
Além disso, alguns sistemas já realizam o cadastro automático do diagnóstico no prontuário eletrônico por meio do sistema CID. Quando o médico sabe exatamente o código a ser cadastrado, o preenchimento é mais rápido. Isso garante um atendimento mais ágil e humanizado, já que se permite dedicar um tempo maior a observar o que está ocorrendo com o paciente e acolhê-lo devidamente.
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