A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é altamente eficaz para o tratamento de casos clínicos…
Por muitos anos, não existiam indícios científicos de que o recém-nascido prematuro sentisse dor. No entanto, com o avanço da enfermagem e da medicina, diversos estudos surgiram para contrapor essa ideia, comprovando que existe a dor neonatal e que os recém-nascidos são capazes de expressá-la.
Justamente por isso, compreender qual deve ser a atuação do enfermeiro nesse processo e identificar as ações de prevenção e redução de dor neonatal são fatores fundamentais para garantir uma boa saúde para o recém-nascido e seus familiares, reduzindo os fatores de risco que impedem a melhora do neonato.
Para ajudá-lo nessa tarefa, nós desenvolvemos este artigo com as principais dúvidas sobre a atuação do enfermeiro em casos de dor e sofrimento neonatal. Confira!
Até os anos 1950, diversos profissionais da área acreditavam que os recém-nascidos, principalmente os prematuros, não pudessem sentir dor, já que sua maturação neurológica não estava completa, aumentando a resistência física.
Atualmente, diversos estudos indicam que os fetos que entre a 20.ª e 24.ª semana da gestação são capazes de sentir e perceber os estímulos físicos, tendo em vista a completude das sinapses nervosas e da formação das terminações livres da pele, que carregam os receptores para a dor.
Dessa forma, quando nascido, o bebê já apresenta um sistema neuroanatômico e neuroendócrino que possibilita o reconhecimento da dor e a transmissão dos estímulos dolorosos para todo o corpo.
Embora a ciência tenha avançado no conhecimento da fisiologia dos recém-nascidos e dos tratamentos na terapia intensiva neonatal, ainda é difícil encontrar profissionais que atuem nessa área, visto que o processo de prevenção e intervenção nesse cenário traz muitos desafios diários.
Justamente por isso, especializar-se na área da neonatologia é uma excelente forma de encontrar um destaque profissional, já que muitos enfermeiros optam por espaços de trabalho comuns, sem muitos desafios.
Via de regra, existem diversas atividades que o enfermeiro deve desempenhar quando atua na prevenção e tratamento da dor em recém-nascidos. Por exemplo, é possível atuar no âmbito da assistência à saúde, em que a equipe precisa dar suporte para o bebê enfermo, tanto na manutenção quanto na promoção de recuperação da saúde.
Você pode atuar como mediador da equipe criando um espaço de troca de conhecimento para que o trabalho neonatal seja eficiente. Em outras palavras, pode coordenar grupos e gerenciar equipes, desenvolvendo projetos de intervenção voltados à dor do recém-nascido.
Se você pretende seguir a carreira acadêmica, pode abrir diversos campos de pesquisa relacionados ao tratamento intensivo neonatal, já que é uma área pouco explorada nacionalmente.
Vale lembrar que, atualmente, não existe nenhum protocolo ou cartilha orientando o trabalho do profissional neonatal, sendo necessário que se construam diretrizes claras para que a prevenção e o tratamento sejam efetivos.
Investindo na carreira acadêmica, é possível pesquisar e desenvolver novas técnicas de tratamento para auxiliar os futuros e atuais profissionais, desenvolvendo diretrizes de atuação e conquistando destaque na profissão, garantindo um futuro brilhante.
É essencial você ter em mente que a qualificação profissional é fundamental em qualquer área de atuação, mas, quando falamos em dor neonatal, a especialização e o profissionalismo ganham outro sentido.
A terapia intensiva neonatal exige, entre outros aspectos, precisão diagnóstica, qualidade no atendimento, interpretação da linguagem do recém-nascido, conhecimento técnico e científico dos procedimentos médicos e capacidade de acolhimento das famílias em processo de sofrimento.
Todas essas habilidades são desenvolvidas em cursos específicos que capacitam o enfermeiro a trabalhar com essas situações, desenvolvendo alto senso de responsabilidade para executar e prestar assistência nos cuidados com os pacientes.
Por se tratar de situações delicadas, é fundamental conhecer e seguir à risca o código de ética profissional, garantindo que todos os direitos dos pais, família e criança sejam respeitados, proporcionando um acolhimento responsável e eficiente.
Com as experiências da vida, podemos perceber que as crianças não se expressam da mesma forma que os adultos, não é mesmo? Enquanto nós verbalizamos as dores físicas, as crianças sentem dificuldade em expressar sua dor de acordo com o seu desenvolvimento, ficando muitas vezes irritadas e incomodadas em situações desconfortáveis.
Isso acontece da mesma forma com os neonatos, isto é, os recém-nascidos. Incapazes de verbalizar seus desconfortos, eles desenvolvem uma nova forma de linguagem e comunicação, expressando suas dores por meio de choros, caretas e, muitas vezes, silêncio e quietude, que podem trazer sérias consequências para sua saúde.
Justamente por isso, é preciso ficar atento aos sinais que o bebê emite e monitorar constantemente suas atividades, avaliando o grau de sofrimento em que ele se encontra para, então, desenvolver estratégias de intervenção que permitam a sua melhora.
Ao longo deste artigo, comentamos a importância de investir em estratégias de intervenção para reduzir a dor neonatal e garantir o bom desenvolvimento da criança. Mas, afinal, quais são as ações que o enfermeiro deve realizar?
Existem diversos tipos de tratamento, sejam eles farmacológicos ou não, que trazem excelentes resultados para a terapia neonatal. No entanto, para que a intervenção seja eficiente, é preciso desenvolver um olhar holístico, analisando o recém-nascido na sua totalidade, considerando sua família, dificuldades no parto, vivências invasivas e, é claro, as dores sofridas.
Além de agir de acordo com a ética profissional do enfermeiro, o olhar holístico permite a busca de uma intervenção que traga resultados rápidos, sem perder de vista a assistência ao doente e à família.
Com isso em mente, nós separamos os dois modelos de tratamento para você conhecer e se aprofundar na atuação do enfermeiro neonatal. Confira:
Cada vez mais, os tratamentos não farmacológicos encontram espaço dentro dos hospitais para incentivar a prevenção e a promoção da saúde, sobretudo em situações neonatais. Isso porque os fármacos que agem no sistema nervoso dos bebês podem trazer outras experiências desagradáveis, implicando efeitos colaterais e gerando mais dor no processo de cura.
Assim, investir em tratamentos não farmacológicos, como envolver as mães e os cuidados maternos para a intervenção, trabalhando aconchego, toque, carinho e conforto, auxilia no desenvolvimento infantil, melhorando o quadro do recém-nascido.
Embora os tratamentos não farmacológicos sejam eficientes, às vezes é preciso intervir com medicações em quadros mais graves. Nesses casos, a administração dos remédios tem como objetivo aliviar a dor do bebê, em função da doença ou dos procedimentos cirúrgicos sofridos.
Vale lembrar que esse método exige conhecimento aprofundado sobre farmacologia infantil, para garantir que os efeitos colaterais não sejam intensificados e que a redução da dor neonatal realmente ocorra.
A dor neonatal é uma realidade nas unidades de terapia intensiva. Entender qual deve ser a atuação do enfermeiro nessas situações, identificando as possibilidades de prevenção e redução de danos, assim como de promoção de saúde, é essencial para garantir a melhora do bebê e seus familiares.
E aí, gostou do nosso artigo? Conhece outras formas de atuação em situações de dor neonatal? Então, compartilhe conosco nos comentários e ajude outros leitores a aprender mais sobre essa profissão!