É muito comum que as pessoas idosas necessitem de um acompanhante para auxiliá-las ao longo…
A violência pediátrica é um tema crítico e que desafia os profissionais de saúde, pois eles devem promover o acolhimento adequado do paciente e de sua família, encaminhar a situação ao serviço social e acompanhar a resolução desse problema.
Além disso, os profissionais devem orientar quanto ao uso dos medicamentos para evitar gravidez e quanto ao combate de doenças sexualmente transmissíveis e do vírus HIV/AIDS, quando envolve também abuso sexual, prezado pela segurança nos cuidados clínicos.
Outro ponto fundamental é o acompanhamento ambulatorial dos pacientes vítimas de violência pediátrica, por enfermeiros que conhecem as complexidades clínica, psicológica, social e econômica desse problema.
Quer saber qual é o papel do enfermeiro diante da violência pediátrica? Então, fique por aqui e entenda sobre esse dilema endêmico no Brasil!
A violência contra crianças é um tema assustador para o mundo leigo, porém vivenciada nos ambientes de maior vulnerabilidade social, em um nível socioeconômico mais baixo e por pessoas com distúrbios sexuais anormais.
Enquanto algumas violências que assolam a população pediátrica são cometidas por parentes próximos, pais ou responsáveis, outras já se desenrolam no meio virtual, o que torna mais ampliado esse problema.
Infelizmente, o Brasil ostenta o ranking do país com maior número de violência pediátrica da América Latina, que pode estar relacionada ao dano físico à criança, ao casamento forçado e precoce, ao abuso online, físico e emocional, dentre outras opções que podem ser enquadradas.
Segundo dados do UNICEF, uma criança ou adolescente são mortos a cada 7 minutos, sendo evidenciado também, no Brasil, um número três vezes maior nos indivíduos negros, se comparados às crianças brancas.
Sendo assim, o enfermeiro deve ter a sensibilidade de captar uma linguagem não verbal, avaliar o que é relatado e solicitar a ajuda do serviço social para entender o contexto da violência pediátrica, quando essa criança é encaminhada ao hospital.
Todavia, para os profissionais enfermeiros que acompanham os serviços relacionados à estratégia de saúde da família, fazendo visitações às residências dos pacientes, é possível identificar algo estranho antes da consumação do ato violento.
Também é fundamental tratar os ferimentos, manter o paciente em isolamento até o acionamento da polícia e cuidar para que o assunto não tome dimensões de curiosidade que sejam de difícil controle.
É preciso conscientizar os profissionais de saúde que a violência pediátrica não está relacionada apenas à agressão física, porque existem outras formas de violar os direitos das crianças. Abaixo, você conferirá alguns exemplos.
Quando os pais ou responsáveis incitam uma exploração imprópria dos recursos financeiros das crianças, arcando com despesas supérfluas e deixando de fornecer as necessidades básicas.
Acontece quando os infratores oferecem serviços sexuais de crianças para adultos a fim de obterem vantagens financeiras. Esse processo pode ocorrer no meio virtual ou em casas de prostituição em locais distantes e pouco conhecidos.
É uma prática ofensiva que consiste em praticar atos violentos, com intenção clara e frequente de agredir fisicamente outras crianças ou incitar outras pessoas a realizarem o ato. Também se caracteriza por agressões verbais e torturas psicológicas sem chance de defesa da criança.
O cyberbullying é uma submodalidade em que essas ações são realizadas no meio virtual, por meio de perfis falsos e pela disseminação de informações caluniosas.
Pode ser conceituada como o compartilhamento de mensagens com conteúdo erótico e de nudez sem o consentimento da criança, caracterizando como uma exposição em larga escala. Também pode incluir mensagens para encontros, insinuações sexuais e inserção em salas de bate-papo.
Acontecem quando os pais ou responsáveis não honram os compromissos alimentícios, escolares, de vestuário e residenciais devido a dificuldades econômicas, por exemplo, quando os progenitores são usuários de drogas ou alcoólatras e gastam os recursos financeiros para sustentar o vício.
É possível que ocorram, também, recusa ou omissão por parte dos pais em arcar com as demandas básicas das crianças.
Ato relacionado ao abuso de autoridade dos pais ou responsáveis, caracterizado por humilhações, atitudes arbitrárias, desvalorização e desqualificação dos valores puros da criança, deixando-a frequentemente prostrada, triste e sem reações diante dessas ofensivas.
Situação referente às relações sexuais forçadas tanto para satisfazer os desejos dos agressores quanto para aliciar menores nessa prática. Também pode acontecer quando a criança é exposta a jogos sexuais ou de conteúdo erótico.
Enquadram-se outros tipos de violência pediátrica: a tortura, o trabalho forçado e a pornografia infantil com o intuito pleno de favorecimento de quem realiza ou compactua com essas atividades, além da associação das práticas citadas.
O enfermeiro é o primeiro profissional que estará em contato com a criança vítima de agressividade, principalmente nos serviços públicos de saúde onde a frequência é maior. A partir disso, é preciso avaliar quais são as medidas emergenciais e, posteriormente, as judiciais.
Portanto, é importante fazer uma anamnese para determinar os primeiros socorros, cuidar dos hematomas e dos machucados, verificar a possibilidade de infecção nos casos de ferimentos mais profundos e encaminhar para os serviços de cirurgia reparadora em condições mais graves.
Ao mesmo tempo, o enfermeiro deve articular as informações, dentro do hospital, com o serviço social para apurar as condições determinantes da agressão e, com o médico, para solicitar apoio policial.
O acolhimento do paciente deve ser pautado no entendimento de suas necessidades clínicas, psicológicas e sociais. E, nas situações em que são identificadas agressões, essa prática envolve outros parâmetros.
Nesse sentido, é fundamental que o enfermeiro e os auxiliares de enfermagem não desenvolvam preconceitos sobre a situação, ou julgamentos morais, agindo sempre com ética, principalmente em situações de atos de violência infantil, que têm causas diversas.
Isso porque a situação exige calma para acolher os pacientes e sua família, precisão para tratar os pontos principais dos problemas identificados e iniciativa para aperfeiçoar o processo judicial.
A violência pediátrica é um tema complexo e coberto de preconceitos e sentimentos negativos frente à vulnerabilidade das crianças. Para tanto, é crucial a inserção do enfermeiro nesse contexto, tanto na abordagem e na humanização do paciente, quanto na articulação e na tomada de decisão em virtude da instalação de um inquérito policial. Por isso, é essencial se manter firme nas suas percepções para não concluir precipitadamente as causas ou consequências das intervenções.
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